29/04/2014

Mayer vence João Sousa e avança no ATP de Oeiras



Foram 3.700 os que afluíram ao Jamor mas muito menos os que estiveram no court central a apoiar os tenistas portugueses que se estrearam no Portugal Open. E se alguns ficaram surpreendidos com a rapidez e limpeza com que Rui Machado derrotou o seu primeiro adversário, mais foram os que saíram desiludidos com a eliminação de João Sousa. Aliás, só mesmo Leonardo Mayer (e o seu treinador) saiu satisfeito desse encontro que marcou a estreia de um português entre os cabeças de série do Portugal Open.

Aliás, a desilusão de João Sousa (40.º ATP) transpareceu na conferência de imprensa que deu minutos depois de sair do ventoso court central do Jamor, triste com a derrota em três sets: 3-6, 6-1 e 6-2. “Ele esteve muito melhor que eu, não há muito a dizer. As condições não eram fáceis, mas era igual para os dois. Simplesmente as coisas não saíram, não estou a jogar muito bem. Não preciso de mostrar o que valho. Jogo só para mim e se continuar nesta linha de trabalho, os resultados virão”, resumiu Sousa.

Depois de ganhar o set inicial, o número um português teve logo um break-point no início da partida seguinte, mas foi o argentino que “quebrou” logo o português. “Se tivesse feito o break no início do segundo set, as coisas poderiam ser diferentes mas ele serviu muito bem. Tentei algumas coisas diferentes mas ele esteve sempre bem”, reforçou Sousa.

Mayer (88.º) chegou ao Jamor com seis derrotas consecutivas, mas os três encontros ganhos no qualifying deram-lhe outra confiança. E o argentino – que se não fosse tenista muito provavelmente, teria sido guarda-redes de futebol – foi o mais determinado a atacar e, apesar das 10 duplas-faltas, tirou mais partido do serviço (84% de pontos ganhos no primeiro serviço) e salvou os dois únicos break-points que enfrentou no set decisivo.

Já Rui Machado (243.º) tornou-se no primeiro tenista português no Portugal Open a infligir um 6-0, 6-0. A vítima foi o russo Dmitry Tursunov (32.º). "A última vez que ganhei um duelo assim, até foi por 6-0, 6-0 e 6-0, na Taça Davis, com a Argélia. À hora de almoço, conversei com o treinador que me acompanhou em Barcelona e ele lembrava-se de uma vitória minha por 6-0, 6-1. E no segundo set, pensei que um resultado assim seria bom. Evidentemente que não esperava um resultado assim, mas consegui fazer o que planeei na maioria das vezes. Saiu tudo perfeito”, frisou Machado.

Os parciais levantaram algumas suspeitas devido às apostas online, mas não a Machado. “Se fosse adepto e visse o resultado, ficaria surpreendido, mas se visse que o 234.º já esteve a 59.º, já não”, lembrou o português.

Mas Tursunov acordou com as costas bloqueadas e recentes problemas com a namorada, além do vento que incomoda o seu ténis mais rectilíneo, contribuíram para uma exibição desastrada. “Preciso de pensar seriamente no meu ténis, no estado em que está actualmente, e fazer sérios ajustes. Naturalmente, tenho também de congratular o meu adversário; não falhou uma bola e tornou ainda mais difícil para mim sair do buraco assim que entrei nele logo no início do encontro. Queria também pedir desculpas a todas as pessoas envolvidas no encontro, bem como à minha equipa, esperando que nunca mais tenham de sentar-se para ver um encontro como o de hoje", afirmou Tursunov.

Nesta quarta-feira (16 horas), Machado vai tentar atingir os quartos-de-final pela segunda vez, diante do espanhol Daniel Gimeno-Traver (98.º), com quem já ganhou (2005) e perdeu (2011). "Tem um serviço muito forte e uma das direitas mais fortes do circuito", revelou Machado.

Antes (14 horas), estreia-se Gastão Elias (179.º), frente ao italiano Filippo Volandri (84.º).

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