Era aniversário do clube. 115 anos de fundação. O mais antigo dos grandes de Pernambuco. Um dia, portanto, que deveria ser de festa. O clima na Arena Pernambuco, entretanto, não era tão animador como a data pedia. Estádio vazio. Sem garra. Sem pulsação. E foi assim, também, que o Náutico jogou contra o Vitória da Conquista, na partida que valia não só a vaga na segunda fase da Copa do Brasil, como premiação de R$ 300 mil - uma ajuda mais do que necessária para um clube com recursos tão limitados. Não deu. O Timbu fez sua pior atuação no ano. Empatou por 1 a 1 e está eliminado da competição nacional.
Há um ditado que diz que não há nada tão ruim que não possa piorar. Se o Náutico havia feito sua pior partida do ano no domingo, contra o Central, a equipe alvirrubra conseguiu se superior negativamente na primeira etapa do confronto desta quinta-feira com o Vitória da Conquista. O primeiro tempo timbu foi pavoroso. Em todos os aspectos - técnico, tático e psicológico.
O Náutico até começou o jogo tentando controlar a partida, procurando marca o adversário sob pressão em sua saída de bola. A intensidade alvirrubra, entretanto, durou pouco. Cerca de cinco minutos apenas. Foi o tempo que o Vitória da Conquista levou para se ambientar ao jogo e passar a equilibrar as ações do confronto. Aproveitando-se da enorme dificuldade timbu nas transições ofensivas, o Bode baiano foi, progressivamente, adiantando suas linhas e chegando com maior perigo que o próprio Náutico.
Gilmar Dal Pozzo já havia alertado para a transição rápida do Vitória da Conquista. E foi assim que os baianos foram maturando seu gol. Por três oportunidades, o Bode chegou com perigo ao gol defendido por Júlio César. Até que aos 22 minutos, Tatu puxou um contra-ataque pelo lado esquerdo da defesa alvirrubra. Os visitantes progrediram com enorme facilidade no meio de campo defensivo do Náutico, muito lento na recomposição. Sem combate, a bola chegou até Zé Paulo que, sem oposição, bateu cruzado. Indefensável.
O Náutico continuou jogando mal. E se havia um time mais próximo de marcar outro gol na Arena era o Vitória da Conquista. Os baianos enervavam os alvirrubros com muita cera e ainda eram mais incisivos nos contra-ataques. Aos 39 minutos, Maicon Costa mandou um chute na trave. A única finalização timbu na etapa inicial foi nos acréscimos, em uma cabeçada mal executada por Rafael Coelho. As vaias dos poucos torcedores foram inevitáveis ao soar do apito final do primeiro tempo.
Segundo tempo
Apesar da má atuação na etapa inicial, o técnico Dal Pozzo optou por voltar para o segundo tempo sem alterações. Mesmo time. Mesma postura. Mesmo mal futebol. Até que o treinador resolveu mudar. Demorou, inclusive. Somente aos 14 minutos Esquerdinha entrou em campo, no lugar do vaiado Rafael Coelho. No minuto seguinte, na primeira vez em que o meia-atacante pegou na bola, veio o primeiro chute do Náutico ao alvo adversário. E o gol. Esquerdinha bateu de curva para recolocar a igualdade no placar.
Precisando do triunfo para seguir adiante na competição, o Timbu foi para cima do adversário. E a necessidade da vitória fez com que Dal Pozzo arriscasse. Aos 26 minutos, tirou Eduardinho - muito mal no jogo - e colocou Joazi. O time passou a jogar com três zagueiros, um volante e liberando os laterais para tentar dar maior profundidade pelas alas. Não resultou. Aos 35, foi a vez de sair Rodrigo Souza e entrar Thiago Santana. Rafael Pereira passou para a cabeça de área e o time se armou em um 4-3-3.
Indo mais na base da vontade do que da técnica e tática - com direito a Júlio César subindo no desespero em todos os lances de bola parada nos acréscimos -, a equipe alvirrubra não conseguiu o gol necessário e está fora da Copa do Brasil.
Ficha do jogo
Náutico 1
Júlio César; Rafael Pereira, Ronaldo Alves, Fabiano Eller e Henrique; Rodrigo Souza (Thiago Santana) e Eduardinho (Joazi); Rony, Rafael Coelho (Esquerdinha) e Renan Oliveira; Daniel Morais. Técnico: Gilmar Dal Pozzo.
Vitória da Conquista 1
Carlos; Artur, Leandro Cardoso, Sílvio e Tiaguinho; Edimar, Maicon Costa, Dimas (Júnior Gaúcho) e Kléber; Zé Paulo (Rafael da Granja) e Tatu (Dionísio). Técnico: Sérgio Araújo.
Local: Arena Pernambuco (São Lourenço da Mata-PE). Horário: 19h30. Árbitro: Andrey da Silva e Silva (PA). Assistentes: Lúcio Ipojucan Ribeiro da Silva de Mattos e Luís Diego Nascimento Lopes (ambos PA). Gols: Esquerdinha (aos 15 min do 2º T) (N); Zé Paulo (aos 22 min do 1º T) (VC). Cartões amarelos: Rodrigo Souza, Esquerdinha (N); Sílvio, Thiaguinho, Maicon Costa, Tatu, Carlos (VC). Público: 2.506. Renda: R$ 45.730,00.
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